
Foi o olhar. Sim, Clarice reconhecia aquele olhar. Voltou-se para seu amigo inseparável, seu diário, para lhe escrever, já que as lágrimas se recusavam a escorrer-lhe a face. Era assim para ela. Sem dor, com muita intensidade. Um dia escutou que a dor é inevitável, o sofrimento é opcional. Não queria sentir, mas precisava. Da infância tinha o colorido. Do amadurecimento o aprendizado. Sentou-se, não queria perder muito tempo para começar escrever sua carta. Não era despedida, nem agradecimento, muito menos um olá. Era apenas reconhecimento. Daquilo que fora sua doce presença. O olhar. Verde, castanho, preto. Azul da cor do mar. A cor dos olhos não importava para ela que sabia que postaria a carta feita ao remetente certo. Com alguns rascunhos no lixo começou:
- Escrevo-te por estas mal traçadas linhas meu caro, o quanto ponho em minhas palavras a saudade de ti sentir. Há muito não lhe vejo. Mas a saudade de sua amizade se faz presente em seu olhar. Brando, sereno, cor de água. Azul nos dias bons, verde nos incertos. Vivi e aprendi. Recitar-lhe uma poesia é a certeza que nos aproxima.
Pra ti, lhe prometi
Cumplicidade, amizade
Mas foi na lembrança
Da distância, que percebi
Nas neves de sua cidade
Minha mera esperança
De um dia lhe olhar
No imenso amor de sua felicidade.
- Escrevo-te por estas mal traçadas linhas meu caro, o quanto ponho em minhas palavras a saudade de ti sentir. Há muito não lhe vejo. Mas a saudade de sua amizade se faz presente em seu olhar. Brando, sereno, cor de água. Azul nos dias bons, verde nos incertos. Vivi e aprendi. Recitar-lhe uma poesia é a certeza que nos aproxima.
Pra ti, lhe prometi
Cumplicidade, amizade
Mas foi na lembrança
Da distância, que percebi
Nas neves de sua cidade
Minha mera esperança
De um dia lhe olhar
No imenso amor de sua felicidade.